segunda-feira, 22 de outubro de 2007

UTI Brasil – O nosso ‘Tropa’


Sem entrar no mérito das qualidades cinematográficas do longa-metragem ‘Tropa de Elite’, acreditamos no enorme valor que este filme tem ao provocar um debate de grandes proporções em grupos sociais normalmente alienados a questões coletivas. Mas principalmente, acreditamos que sua grande contribuição foi ter motivado muita gente a sair do armário e proferir discursos fascistas. Acreditamos que uma sociedade melhor não é composta por uma massa de supostos humanistas envoltos em discursos politicamente corretos (falsos, porque são antagônicos à prática de muitos destes indivíduos) e sim por sua diversidade explicitada em debates públicos. Uma sociedade melhor é uma sociedade menos hipócrita, em que os 'higienistas', 'justiceiros' enfim, defensores de todos os tipos de valores, possam mostrar a sua cara e soltar o seu verbo publicamente. Só com a diversidade explícita é possível exercer algo aproximado à democracia plena (algo que estamos muito distantes, justamente por nossa tradição de dizer uma coisa na sala, fazer outra na cozinha e chorar outra no quarto.)
Para não ficar de fora desta chamada ‘contribuição social’ a série Memória Ativa também fez a sua parte e, com sua nona edição (“UTI Brasil”) suscitou debates acalorados e depoimentos emocionados em mesas de bares, chats, foruns e comunidades internéticas. Eis um exemplo do que foi postado na página do vídeo no youtube:


“Se não fosse os europeus ou outro povo mais desenvolvido que os índios, isso aqui não existiria. Só haveria índios vivendo no mato em tribos como na idade da pedra lascada...
É a mesma situação da África Negra”.

Comentário de Skullhead88 ao “UTI Brasil”. (postado no youtube)

**Confira por que a nona edição do memoriativa gerou polêmica e comentários sintomáticos, clicando no título deste post. Manifeste-se você também

Padin Chico - Gato d’água



- Enquanto isso, na “Sala da Justiça”…

- Brasília é um local muito seco. É impressionante, não precisa usar toalha, saiu do banho já está seco. Por isso, a importância das piscinas no cenário do cerrado, que além de trazerem fragmentos de azul para contrastar com o bege da poeira, minimizam os problemas de pele e o ressecamento das retinas dos moradores do Plano Piloto. Por isso Brasília é conhecida nacionalmente como a cidade das piscinas. Por isso parece muito comum e sem necessidade de ampla repercussão a notícia abaixo:

“O furto de água está crescendo nas áreas chiques de Brasília. Foram descobertas 440 ligações clandestinas de água. Os moradores fazem o chamado gato e não pagam nada. Em geral, a água serve para irrigar os jardins e encher as piscinas que são muitas nessa região.”

Num depoimento em OFF, um dos moradores da Asa Sul - que fora flagrado com um sistema ilegal de “interceptação de água” (e não quis se identificar) - trouxe a tona o seu ponto de vista sobre a questão: “O que tem de mais fazer um gato? O governo deveria sim regulamentar os gatos para regiões secas como o Planalto Central. Igualdade de condições, liberdade para fazer gatos tanto nas cidades-satélite quanto no plano piloto. Vamos deixar de ser hipócritas e exigir que o governo subsidie os gatos de água. Falta sensibilidade aí. Passe uma semana em Brasília no auge do período das secas e terás sensibilidade à flor da pele. O problema do Brasil é a falta de regulamentação. Se regulamentássemos a trambicagem, o preconceito, os disturbios, teríamos um outro país. Mas quem quer outro país?”

É muito dificil identificar no discurso deste senhor (M.B. – 43 anos) o quanto há de ironia, de cinismo, de surrealismo ou de ideologia convicta. Lamentamos que o depoimento tenha sido em OFF e que pessoas como ele ‘se escondam em liberdade’.

**Clique no título deste post e assista a um trecho da reportagem citada acima (inserida em um contexto que amplia a questão)

sábado, 20 de outubro de 2007

UTI Brasil – Revelações do nosso povo


Em mais uma garimpagem internética, o ‘Blog Memoriativa’ localizou uma acalorada discussão sobre a nona edição do memoriativa (MA9 – “UTI Brasil”) A ‘troca de informações’ entre supostos portugueses e supostos brasileiros, ( em: http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=795788&tid=2560775496075849181 )
foi travada na comunidade do orkut entitulada “História”, com 57.189 membros. O título da discussão é “Os índios que quase foram civilização”. Em certo momento, um internauta que se apresentou como Eduardo questionou o conceito de ‘civilização’ e indicou o “UTI Brasil” para ser incluido como objeto do bate-papo. O vídeo foi assistido por alguns membros da comunidade e provocou reações sintomáticas da nossa verdadeira opinião pública (que cada vez mais se vale da internet para sair do armário em tempos de ''Tropa de Elite')


Antônio - diz
O vídeo que o senhor Eduardo indicou é realmente uma ode ao preconceito e uma manipulação histórica que somente se explica pelo ódio dalguns parvos para com os povos europeus que construiram o Brasil.
Aliás, muitas das doenças citadas no filme mal intencionado são doenças ditas "tropicais", adquiridas pelos europeus em outras paragens, possivelmente vindas do contato com outros povos que vitimavam os europeus em larga escala também.


Caleb Hammer - confirma e se empolga
Se esse vídeo tratasse o assunto com uma visão inversa era capaz do autor ser chamado de nazista e ser preso.




Asclépio - denuncia
Antônio, você está sendo totalmente "parcial" nesse seu comentário, pois você está defendendo os portugueses (o seu eu....Luso).


Eduardo - apela
“Epidemias e extermínios..”
Prezado Antônio
O meu sangue é português. E discordo de ti.
Acho que estás por demais tomado pela emoção e identificação com os bravos desbravadores que aqui aportaram há 1507 anos e interpretaste o vídeo de maneira muito radical.
Não acho que o vídeo acuse diretamente os portugueses. Acho que faz um comentário sobre algo que é fato. Diversas epidemias foram trazidas pelos conquistadores náuticos, milhares (milhões?) de índios morreram contagiados por algo que seus organismos antes não conheciam. Civilizações foram destruídas. Ninguem há de contestar isso. Era algo normal na época, como era normal escravizar e viajar longos meses em condições desumanas. (o problema é o que era normal antes ser normal hoje)
Não acho que o vídeo acuse os europeus (que ajudaram a construir o Brasil juntamente com os índios e os africanos - e não sozinhos, como sugeriste). Na minha opinião o vídeo fala de algo muito mais relevante no momento. Ele joga luz ao fato de que as mesmas doenças que dizimaram os índios e agitaram túmulos em séculos remotos continuam a matar nossa população em proporções assustadoras. Ou seja, a saúde pública do Brasil parece tão arcaica como era a saúde nas dependências das caravelas e galeras. Muitas curas foram descobertas, mas custam muito caro para quem não tem crediário. Não se trata de definir culpados, mas identificar um problema que passa desapercebido pela maioria. Nossos antepassados estavam adaptados à epoca em que viviam. E nós?


De Leon - determina
Eles quase viraram civilização, mas não viraram pq eram atrasados e primitivos, e por consequencia foram subjulgados como todos barbaros e selvagens foram e devem ser.



Antônio - encerra filosoficamente
Entendo o seu ponto de vista Eduardo, mas com certeza esse vídeo foi feito com o dedo em riste!
Liga diretamente em tom claro de acusação as doenças a presença dos Portugueses, como que se esses não padeçessem de doenças trasmitidas pelos índios, e é um crime colar os nomes das doenças por cima das caravelas, que para os portugueses são um símbolo nacional.
Enquanto não se superar esses preconceitos contra os Portugueses, antepassados da maioria dos brasileiros, muitas ações e boa parte da realidade brasuca não mudam.
Certos julgamentos e valores influenciam em como se leva a vida...

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Linha de Chegada – ‘Pole Postion’ (ou ‘Poesias, tragédias e estatísticas’)


Consta no Wikipédia, que costa nos livros ‘da História desse país’, que consta nos documentos oficiais que o primeiro ser humano a rodar um automóvel em terras brasileiras foi ele, o Grande Pioneiro. O homem que chamam de “O pai da aviação” - que dizem que ensinou o mundo a voar e depois suicidou-se - foi também um desbravador em quatro rodas, importando um belo automóvel às esburacadas ruas do balnáreo de São Sebastião. Alberto Santos Dumond, ‘o homem alado’, foi também, segundo os fãs, aquele que motivou a modernização de uma nação antes movida a quatro patas e carroças. Dizem ser este um importante capítulo da História do país bom de decolagem mas nem tanto de pouso.

Paralelas - A Tocha, um simbolo da SEDE

Em mais um trabalho de garimpo internético, a equipe do 'Blog Memoriativa' encontrou preciosidades a respeito de uma das mais importantes SEDES dos Jogos Olímpicos. Neste post, Berlin 1936 é lembrada com nostalgia poética em um emocionado depoimento de Hans Hamman, imigrante alemão e alfaiate aposentado. Em seguida, um vídeo de sucesso na web, que contempla o nascimento do ritual olímpico da tocha. A chama ardendo durante as provas de superação humana (homens contra o tempo, homens contra homens, brancos contra pretos, arianos contra etc..) simbolizaram uma era que marcaria o espírito olímpico como mais um espelho das essências humanas.

"Naquele momento eu era um jovem fascinado pela perfeição estética. A beleza da arquitetura, dos gestos, dos uniformes, dos símbolos (...) Foi um momento mágico que qualquer alemão que o vivenciou, jamais esquecerá. A partir deste evento, as chamas da TOCHA foram definitivamente incorporadas à simbologia olímpica. Hoje entendo que tal evento mudara profundamente a cordialidade entre os povos. Feridas horríveis marcaram definitivamente a consciência dos homens depois de 1936. Mas na época eu só queria reverenciar a supremacia estilistica dos uniformes, a plasticidade dos gestos e o calor da TOCHA (...) Como tudo era belo(...) Queria agradecer a oportunidade de assistir a imagens que provocaram tanta emoção. Não sabia que uma coisinha dessas (computador) pudesse proporcionar tamanho prazer"

trecho de depoimento de Hans Hamman - alfaiate aposentado - alemão naturalizado brasileiro



**clique no título deste post e assista a pílulas sobre alguns dos papéis que as olimipíadas representaram na cultura do século XX

Linha de Chegada – poesias, tragédias e Estatísticas



A cada 13’ ocorre um “acidente “ de trânsito no Brasil.
A cada 7’ ocorre um atropelamento.
Além das 46 mil mortes anuais por “acidentes” de trãnsito, 300 mil pessoas ficam feridas, 60% com lesões permanentes.
Desses mortos, 44% são vítimas de atropelamentos e 41% estão nas faixas etárias entre 15 e 34 anos.
Cerca de 60% dos leitos de traumatologia dos hospitais brasileiros são ocupados por “acidentados” no trânsito.
Na cidade de São Paulo ocorre um acidente a cada 3,2 minutos.
Mais de 700 mil pessoas morreram em acidentes de trânsito de 1960 a 2000 no Brasil. Já não é novidade que temos no Brasil em média “uma guerra do Vietnã de mortos pelo trânsito” a cada ano.
A cada dez leitos hospitalares, cinco são ocupados por “acidentados” no trânsito.
“Acidentes” de carro e atropelamento matam mais crianças de 1 a 14 anos do que doenças.
Os “acidentes” de trânsito são o segundo maior problema da saúde pública brasileira, só perdendo para a desnutrição.

Trecho de “Carrros e Remédios”, de Ned Ludd.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Linha de Chegada – poesias Tragédias e Estatísticas




"A morte de uma pessoa é uma TRAGÉDIA, a morte de um milhão é uma ESTATÍSTICA"

Stalin

Linha de Chegada – poesias, Tragédias e estatísticas


“…Deixo apenas a sugestão de que a Rodovia Ayrton Senna - que um dia foi “dos Trabalhadores” – seja re-batizada “Rodovia Tambourello”, para avisar aos candidatos a piloto que, mesmo os “bons no volante”, podem se machucar com o excesso de velocidade..”

Da introdução (assinada por M.Baderna) ao livro “Apocalipse Motorizado – A Tirania do Automóvel em um planeta poluído” , organizado por Ned Ludd, publicado pela editora Conrad 2004 – coleção Baderna (www.baderna.org)

Linha de Chegada – Poesias, tragédias e estatísticas


Consta no wikipédia que consta nos livros de História, que consta nos Autos que, oficialmente, o primeiro acidente automobilístico brasileiro ocorreu na deslumbrante e arborizada Estrada Velha da Tijuca. Eram os últimos anos do século dezenove, menos de uma década depois da queda do Império.

Estamos em 1897 na charmosa capital da nova República sulamericana. O refrão cantado aos quatro cantos é "Liberdade, Liberdade, abre as asas sobre nós!" O vitorioso abolicionista e poeta, José do Patrocínio, empresta ao colega Olavo Bilac sua mais recente conquista: o automóvel. Olavo, poeta de nobres versos altamente influenciados pelo romantismo, não possui carteira de habilitação e tampouco idéia de como dominar máquina tão exótica e poderosa. O poeta então arremessa o veículo de encontro a uma árvore. A árvore era uma bela nativa que ornamentava a estrada da floresta quase virgem. Bilac entra para a História como o primeiro brasileiro a desafiar os volantes. Dizem que o feito foi muito comemorado pelo autor, agitando a vaidade da ‘alta-classe’ brasileira.

*A fama de Olavo cresce com o passar do tempo. Na internet, o “pioneiro dos acidentes” é quase tão citado quanto “o poeta com influências do romantismo…”.

**clique no título deste post e assista a essa e outras estórias do automobilismo brasileiro

Memória Ativa 11 - Linha de Chegada

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

(i)Mobilidade - O SUCESSO - por Andy Singer

(i)Mobilidade – Alguma coisa acontece no meu coração


A capital paulista tem mais de 5 milhões de carros, é um para cada dois habitantes

São mil por dia, mais de 20 mil por mês. Cerca de 250 mil por ano. Se os quase cinco milhões de automóveis da cidade rodassem na mesma hora, as ruas e avenidas teriam que ter quatro andares.

O paulistano costuma perder duas ou três horas por dia em congestionamentos. Praticamente um mês por ano dentro do carro.

O ar foi considerado inadequado para respirar.

A cidade já foi considerada a mais poluída do mundo, segundo a ONU. Diariamente o paulistano respira 8.100 toneladas de poluentes. Os carros são responsáveis por 80% da poluição atmosférica de SP.

São Paulo perde seis milhões dólares anualmente com congestionamentos.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

(i)Mobilidade – Tostines - por Andy Singer



22 de setembro - Dia Mundial Sem Carro

(i)Mobilidade – Humanóides (n'O Sonho de Brasil Grande)


Máquinas se alimentam de óleo de montagem
Fábricas se robotizam na velocidade da nova era.
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Em apenas cinco anos – de 1990 a 1995 – a produção de veículo por empregado passou de 7,8 para 15,6.
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“…Apesar das evidências de que a indústria automobilística não funciona mais como um motor de desenvolvimentismos, tampouco como milagrosa geradora de empregos, as empresas automobilísticas continuam a compor a indústria mais protegida do Brasil. Não só com todo o cardápio de isenções fiscais, mas com diversos mecanismos de reserva de mercado.. Talvez porque esteja claro que encarar o fim dos sonhos automobilísticos, seja encarar também o fim dos sonhos de Brasil Grande”.
- Da introdução (assinada por M.Baderna) ao livro “Apocalipse Motorizado – A Tirania do Automóvel em um planeta poluído” , organizado por Ned Ludd, publicado pela editora Conrad 2004 – coleção Baderna (www.baderna.org)
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Assista ao video "No caminho para virar humanóide" clicando no título deste post

(i)Mobilidade - DMSC - por Andy Singer

22 de setembro - Dia Mundial Sem Carro

domingo, 16 de setembro de 2007

Memória Ativa com Jesus no Mundo Maravilha


A série de mini-docs que deu origem a esse Blog foi convidada para ser exibida na pré-estréia paulistana do filme "Jesus no Mundo Maravilha".

Os organizadores do evento - que será realizado segunda-feira (17) às 19:30 no Espaço Gafanhoto - propuseram que as quatro primeiras edições do Memória Ativa fossem exibidas sequencialmente, como se fora um curta-metragem para anteceder a atração principal, o documentário - vencedor do Programa Doctv Iberoamérica - que mostra um retrato inusitado de policiais exonerados trabalhando em um parque de diversões.

Além da rara oportunidade de ser projetado em tela grande e som de cinema, é uma grande honra para a série Memória Ativa ser exibida antes de um corajoso projeto documental como este Doctv: "Jesus no Mundo Maravilha (e outras histórias da polícia brasileira)"

O representante brasileiro do inovador programa iberoamericano (Doctv-IB) será veiculado em 15 países e sua estréia nacional será no dia 21/09, na TV Cultura. Porém, antes de ocupar a telinha, estará na telona em sessões especiais, seguidas de debates com espectadores e com importantes nomes da comunicação.

Vale a pena conferir.

Em São Paulo
17/09 - 19:30
Local: Espaço Gafanhoto. Av.Rebouças 3181
Debatedores:
Marcelo Coelho (Folha de São Paulo)
Jorge Cunha Lima (Fundação Padre Anchieta)
- exibição dos quatro primeiros episódios da série Memória Ativa

Entrada Franca

No Rio de Janeiro
19/09 - 09:30
Local: FACHA. Rua Muniz Barreto, 51, Botafogo
Debatedores:
Alba Zaluar (antropóloga);
Eduardo Escorel (cineasta)
Rodrigo Pimental (roteirista do longa "Tropa de Elite")
Marcílio Moraes (autor da novela 'Vidas Opostas")

Entrada Franca

Respeitável Público - POPSTARS


O juiz aposentado Ovídio Sandoval é um assíduo telespectador de CPIs. Sabe como funcionam todos os capítulos, de todos os enredos deste reality show quase sazonal. Chegou a escrever o livro “CPI ao Pé da Letra”, publicado pela Editora Millennium e, em uma entrevista ao Consultor Jurídico (www.conjur.com.br) fala sobre como as câmeras interferem na realidade.

“O apelo da mídia faz com que aquele deputado e aquele senador queiram aparecer. Eles ficam muito mais preocupados em fazer campanha pessoal e se esquecem que ninguém é obrigado a ouvir desaforo. Por exemplo, o depoente tem o direito constitucional de não se incriminar. Mas se a pessoa vai depor na CPI e não responde o que parlamentar pergunta, porque geralmente a questão não tem nada a ver com o fato determinado, o que passa na cabeça do cidadão comum é que os parlamentares são verdadeiramente os defensores da pátria e que aquele cidadão que esta depondo é um mal-feitor. A população faz um pré-julgamento e o cidadão convidado para depor já está com a honra lameada de todo jeito. Por outro lado, o deputado ou senador que o submeteram a toda a humilhação ficam livres de qualquer julgamento.”
Ovídio Sandoval – Maio de 2006

No jogo da realidade midiática, saem perdendo aqueles que não souberem se posicionar bem na foto.
Assim como em outras constelações, no ‘starsystem do planalto’ há espaço para todo tipo de história e personagem. Da comédia à tragédia, vilões, mocinhos, palhaços e anti-heróis atuam em um palco dramática e publicamente rentável.
O respeitável público se emociona - seja de identificação, raiva ou indignação - e paga o ingresso.

**veja uma coletânea dos hits de audiência clicando no título do post

Respeitável Público - Uma coisa é uma coisa…



Janeiro de 2006: entra em cartaz a CPI dos Bingos. Conforme a trama principal se desenrola, são criadas novas sub-tramas que promovem a ascensão de estrelas como Okamoto, Palocci, Silvinho Pereira, Francenildo-o-caseiro e grande elenco. A audiência aumenta e gera matéria-prima para a confeccionar todas as capas das revistas semanais. Ao término de 3 meses, o sucesso é tamanho que ela ganha nova temporada. A CPI dos Bingos se renova por mais três meses. E em meio ao desenvolvimento do enredo, em maio do mesmo ano, o juiz aposentado Ovídio Sandoval dá uma entrevista ao Consultor Jurídico (www.conjur.com.br) reclamando a falta de uma direção mais firme e focada para a série de depoimentos e investigações. Após explicar que as regras são claras e que (por lei) as CPIs deveriam ser monotemáticas, Doutor Sandoval questiona:

“A CPI dos Bingos foi criada para apurar problemas atinentes a bingos, práticas ilícitas que o jogo pudesse trazer à vida nacional. E o que isso tem a ver com o assassinato dos prefeitos de Santo André e de Campinas?”, questiona o juiz aposentado Ovídio Sandoval, autor de “CPI ao Pé da Letra” (editora Millenium)

sábado, 15 de setembro de 2007

Memória Ativa 7 – Respeitável Público

Terminal – Vitrine


O Aeroporto de Congonhas, sempre foi um fiel cartão-postal da cultura paulista.
Inaugurado em 1936 como uma demonstração de que esta viríl sociedade tinha, apesar de derrotada quatro anos antes (na Revolução Constitucionalista de 32) uma arma de soberania muito mais rica, eficiente e, sobretudo, moderna.

Desde então Congonhas vem acumulando grandes reformas, no ímpeto de se tornar ainda mais imponente.

Na década seguinte (anos 40) é rebatizado. Torna-se o "Aeroporto Internacional de Congonhas".
Com grande festa, o “Pavilhão das Autoridades” é inaugurado antes da conclusão do terminal de passageiros.
A cidade de São Paulo cresce sem freios.
Na década de 50, seu charmoso café (com vista para pista) é o ponto de encontro da sociedade paulistana. Com garoa ou sem garoa, o programa é assistir ao desfile de pousos e decolagens de aviões que chegam dos países mais desenvolvidos do mundo.
Na década de 60, a despeito do sucesso e prestígio que tal ponto de encontro agrega aos bairros próximos, alguns moradores começam a prever o aumento do zumbido aéreo e solicitam a construção de um novo aeroporto, em um local ‘mais afastado’ e quiçá bucólico.

Na década de 80 o pedido é atendido. Muitos não gostam, pois consideram que a construção do grandioso rival Cumbica (na então afastada Guarulhos) deixa uma atmosfera vazia e decadente no saguão do outrora elegante símbolo paulistano.

Em 90 o Plano Real dá novo fôlego ao Velho Congonhas. De volta aos painéis internacionais, começa a engordar, inchar e assustar seus vizinhos com trânsito e acidentes aéreos. O Poder Público resolve aumentar as vestimentas de Congonhas e novas obras são iniciadas para torná-lo ainda mais elegante e funcional.

Na década seguinte (os anos 00) as obras não param e o cartão-postal volta a crescer desenfredamente. Demora, mas fica finalmente pronta a grande modernização do estacionamento e do shopping, com lojas de artigos variados. Congonhas se amplia mas mantém a tradição nos ‘detalhes’, como o piso do saguão, quadriculado em preto e branco. Congonhas volta a esbanjar. É um local que mistura o moderno e o arcaico com muito charme. A reforma da antiquada pista de pouso, para a aplicação de novos ‘detalhes' - como área de recuo, tecnologia anti-derrapantes e outros mais - ficou para depois…

Terminal - 1936


"(...)Como disse Sérgio Buarque de Holanda em seu clássico "Raízes do Brasil" - curiosamente publicado no mesmo ano em que o aeroporto de Congonhas foi inaugurado - desde sempre nos esforçamos para criar "asas para não ver o espetáculo detestável que o país" nos oferece (...)"

Trecho de “Congonhas: de vitrine a vidraça”, artigo de Francisco Alambert

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Terminal - Daqui pra frente...


"A Tam anunciou que até 2010 vai substituir todos os aviões Fokker 100 por modelos Airbus. A empresa vai ampliar a frota para 127 aeronaves."

-Chamada para matéria do Jornal da Band, em junho de 2006

Memória Ativa 6 - Terminal

“UMA IMAGEM VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS"

Mas experimente expressar isso só com imagens.

Ouro Verde – Baita Bandeira


O Brasil é azul, amarelo e verde. São as cores da riqueza. Tudo da natureza. Certo, tem um pouquinho da branca também, mas essa é verborrágica e, além de estrela, fala em ‘ordem’, ou algo assim.
O que não vem ao caso. O caso é verde. Desde sempre se diz que a riqueza verde predomina na terra dos tupis. O ouro é verde planta, não verde dólar.
Tem gente dizendo que por aqui a fortuna verde escoa pelo ralo, como foi com a amarela. Tem gente alterando o estandarte nacional. Tem gente dizendo ‘demorô’. Há tempos.
Mas o fato é que vai tudo muito bem obrigado com a nossa bandeira.

assista o videoclipe “Um certo hino à bandeira”, clicando no título deste post.

domingo, 9 de setembro de 2007

Paralelas - A Tocha, um simbolo da SEDE

Em mais um trabalho de garimpo internético, a equipe do 'Blog Memoriativa' encontrou preciosidades a respeito de uma das mais importantes SEDES dos Jogos Olímpicos. Neste post, Berlin 1936 é lembrada com nostalgia poética em um emocionado e nostálgico depoimento de Hans Hamman, imigrante alemão e alfaiate aposentado. Em seguida, um vídeo de sucesso na web, que contempla o nascimento do ritual olímpico da tocha. A chama ardendo durante as provas de superação humana (homens contra o tempo, homens contra homens, brancos contra pretos, etc..) simbolizaram uma era que marcaria o espírito olímpico como mais um espelho das essência humana.

"Naquele momento eu estava fascinado pela perfeição estética. A beleza da arquitetura, dos gestos, dos uniformes, dos símbolos (...) Foi um momento mágico que qualquer alemão que o vivenciou, jamais esquecerá. A partir deste evento, as chamas da TOCHA foram definitivamente incorporada ao à simboogia olímpica. Hoje entendo que tal evento mudara profundamente a cordialidade entre os homens. Feridas horríveis marcaram definitivamente a consciência dos povos depois de 36. Mas na época eu só queria reverenciar a supremacia estilistica dos uniformes, a plasticidade dos gestos e o calor da TOCHA"
trecho de depoimento de Hans Hamman - alfaiate aposentado - alemão naturalizado brasileiro



**clique no título deste post e assista ao papel das olimipíadas na cultura do século XX

O Espetáculo – Um pensamento


No início da década de 90 os brasileiros abraçaram definitivamente o modelo britânico de torcer. O país da realeza, dos policiais desarmados, da moeda mais estável do mundo e de uma classe pobre quase inexistente, não nos inspirou apenas na paixão pelo futebol, mas também no papel que exerce a arquibancada em relação ao espetaculo.
Os casos de pancadaria-seguida-de-morte se multiplicavam nos estádios brasileiros e nossa opinião pública se apavorava. Em 1995, durante a final da Copa São Paulo de Juniores entre Palmeiras e São Paulo, o estádio do Pacaembu assistiu a uma das mais impressionantes batalhas travadas entre torcedores. O saldo de um morto foi pouco. O que realmente chocou os formadores de opinião foram as imagens transmitidas por todas as emissoras de televisão. As cenas, de adrenalizadas massas em confrontos sangrentos - que pareciam terem sido tiradas da CNN, Holywood ou BBC - fizeram o caminho inverso e alcançarram os quatro cantos do mundo. O assunto ganhou, naturalmente, a atenção de muita gente séria, brasileira ou estudiosa, que aproveitou para promover debates e publicar livros sobre o tema. Em uma dessas ocasiões, mais precisamente em 1996 no Seminário “A Violência no Esporte” em São Paulo-SP, Brasil, o bem-conceituado jornalista Juca Kfouri se expressou, ponderou (enfatizando termos como "Evidentemente") e até apresentou estatísticas supostamente precisas para sustentar uma tese tácita da soceidade brasileira:

"(...) uma das soluções que eu vejo imediata é proibir, terminantemente, o futebol com portões abertos; futebol de massa nem pensar, porque é a senha para bandidos tomarem conta do estádio. Cobrar o ingresso e cobrar caro, cada vez mais caro, com cadeiras em todos os setores do estádio. Tornar o futebol um esporte para a elite, vão lá 40 mil abençoados por Deus, da alta classe média desse país (...). Evidentemente que não são os pobres os culpados pela violência. (...) mas infelizmente, 90% desses vândalos são do 'lumpesinato', são; são explorados, são; são um bando de desocupados, são (...) ou são explorados dessa gente, em regra os presidentes de 'torcidas organizadas' (...)."

Juca Kfouri, editor-chefe de jornalismo esportivo em diversos veículos de comunicação, atualmente da rádio CBN - é um credenciado representante da opinião pública nacional

**clique no título deste post e assista a uma pitada do combustível que motivou a mobilização da intelectualidade brasileira

Paralelas - A Visão de Gil Dória sobre as torcidas

A equipe do Memória Aiva, em mais uma prestação de serviço, garimpa a internet e traz para a secão "Outras Lentes" a visão de João Gomes (ou Gil Dória) sobre o ato de torcer. Em uma experiência genética-jornalística foi produzido um híbrido de Joao Dória Jr. e Gil Gomes. Nasce assim um video celebrado na web, com centenas de milhares de "views" e dezenas de comentáríos que celebram esta importante experiência científica.

sábado, 8 de setembro de 2007

O Espetáculo – Charangas, lemas, independência e mortes

Podemos constatar a existência de torcidas uniformizadas desde o ano de 1943, quando o jornal A Gazeta Esportiva e a Rádio Gazeta promoveram o "Campeonato das Torcidas Uniformizadas".

Estas torcidas parecem surgir da necessidade de oposição às “charangas”, (que levavam bandas - com mais instrumentos de sobro do que de percussão - para tocar marchinhas nos estádios) Na época, considerava-se que as charangas tinham um modo de torcer demasiadamente pacífico. Era uma maneira muito carnavalesca de torcer. Misturava um pouco as coisas. Portanto surgiu a necessidade de torcer com mais virilidade. Para isso foram criadas as 'torcidas uniformizadas', inteiramente subsidiadas e motivadas pelos clubes e autoridades.

Estas torcidas nasceram inspiradas e delineadas pelas fortes motivações de época, alicerçadas e difundidas em palavras como juventude, raça, nação e ordem. Esses eram seus principais lemas. Apenas para lembrar, este período é marcado, no plano internacional, pela Segunda Grande Guerra e o Nazi-Fascismo. No âmbito nacional, pelo estado centralizador getulista. Por sinal, Vargas foi um grande propagador dos esportes a serviço de um ideário de nação - baseado na "Saúde Social".

Só depois, lá pelo começo dos anos 70, é que foram criadas as chamadas 'torcidas organizadas', independentes dos clubes. Foram instituídas para, supostamente, fiscalizar as atividades dos clubes.
Algo parece ter mudado nesse período. Algo parece ter ficado. Como tudo na vida.

**assista a palavra audiovisual dessa história clicando no título desse post

O Espetáculo - Independente


A Gaviões da Fiel é a mais antiga torcida organizada. Fundada em 1/07/69, abriu caminho para as chamadas "organizadas", um novo modelo de organização militar-burocrático, com estatuto, diretoria, conselho, Vice-presidente e Presidente. Surgiu com o objetivo de fiscalizar e apontar os erros praticados pelos dirigentes do S.C.Corinthians Paulista, auto-intitulando-se "os representantes da nação corintiana" em oposição à Instituição-Clube.

Memória Ativa 5 - O ESPETÁCULO

Padin Chico – Passado é Passado

Notícias de desvio de recursos públicos via SUDENE ou SUDAM são como chacinas. O público se acostumou a não dar muita audiência a certas tradições da nossa sociedade. Mas já fazia algum tempo que não ouvíamos novidades da Sudene ou Sudam. Foi quando surgiram as denúncias relacionando a empresa do então Ministro da Integração Nacional de FHC, Fernando Bezerra, que apontavam irregularidades (desvios e fraudes) em obras de abastecimento de água no nordeste.
Bezerra sempre foi um homem de negócios, a transitar entre empresas públicas e privadas. Mas sempre manteve a saúde empresarial das suas, em sua terra natal, o Rio Grande do Norte. Como Ministro, supostamente estaria desligado de suas empresas. Mas surgiu a denúncia de que uma das suas empresas havia sido favorecida em licitação e a mesma não teria entregue o serviço prometido. E a fonte começou a secar. FHC afastou-se do escândalo, disse ‘não é comigo’ mas titubeou em afastar o ministro. Antes que fosse demitido ou que fosse aberta uma CPI para atrapalhar o trabalho do (ex) chefe, Bezerra se demitiu e, seguro de si, deu uma longa entrevista coletiva explicando porque abandonava o governo e porque suas empresas tiveram tanto lucro nos últimos tempos

Eis alguns trechos que tentam sintetizar a coisa toda:

“….o prejuizo pouco importa (…) Nós saímos do negócio (…)
Isso não fere o código de ética, eu posso mostrar a você! (...) E se eu tiver cometido esse crime foi até agora. Daqui pra frente tá encerrado. Se tiver alguma coisa a pagar eu responderei por isso.”
Fernando Bezerra, ex-Ministro da Integração Nacional

De lá, Fernando Bezerra foi diretamente assumir a a cadeira de presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) da qual estava lisenciado. O Conselho de Ética disse que, perante as leis, ele estava sendo investigado e não poderia assumir a presidência da CNI.

Mas, se logo depois do fato pouco se falou sobre o assunto…tudo isso é passado, notícia requentada que não interessa mais..

PS - Hoje Bezerra é Senador pelo PTB do Rio Grande do Norte e recentemente, em tempos de "apagão aéreo" foi cotado para assumir a INFRAERO.

**assista uma fração desse momento histórico clicando no título do post

Padin Chico - No compasso da persuasão


O projeto de transposição das águas do Rio São Francisco começou a ser alardeado como 'a mais moderna solução' para a seca do nordeste em 1847.

Desde então, praticamente todos os governos federais discutiram a grandiosa obra de engenharia. Neste período, aqueles que se opunham à construção cresceram, se multiplicaram e se diversificaram. No governo Lula o assunto mais uma vez, se fortaleceu na agenda orçamentária. Desta vez o início da construção já tinha data para começar. O presidente falava aos quatro cantos que “nunca nesse país…

O IBAMA do século XXI liberou a realização alegando que tudo mudou e o meio ambiente não teria mais prejuízos. Liminares foram derrubadas em outras instâncias políticas-jurídicas. As obras iam acontecer e apenas o noticiário especializado repercutia. Foi quando Dom Luis Flavio Costa, bispo diocesano de Barra (BA), ocupa os jornais, rádios e tvs anunciando que entrara em greve de fome para convencer o Poder Público a adiar o início das obras. Em um documento, Dom Costa diz que está disposto a levar o jejum até a morte, caso o projeto não seja suspenso.


Da úmida Avenida Paulista aos mais remotos cantos-secos do Brasil, passeatas emocionadas são feitas a favor de Dom Luis Costa. Faixas e cartazes de apoio, solidariedade e pedidos de plebiscito. Dom Luis aparece na TV cada vez mais magro. A pressão aumenta e o assunto ganha as primeiras páginas dos jornais, o último bloco dos telejornais e o horário matinal das rádios noticiosas.

A greve, de um-santo-homem-só, ganha repercussão internacional e o (na época) Ministro das Relações Institucionais Jacques Wagner (hoje governador) chega levantando muita poeira na seca cidade baiana. Com ele está uma imensa comitiva - de carros 4X4, seguranças e principalmente repórteres - para acompanhar a negociação com o grevista.

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, maior megaphone da Igreja) se anuncia contra a transposição, mas reclama a escassez de poderes em um Estado laico. Dom Geraldo Majella traz a palavra, em nome da entidade sagrada:
“A Igreja tem o poder, digamos, de persuasão, mas não de determinação”

Dom Luis Costa se empolga:
“Tenho muita esperança no bom senso das nossas autoridades. Mas se por um acaso isso não acontecer eu estou nas mãos de Deus”.

O Carnaval se aproxima:

Elba Ramalho, em seu blog recém-inaugurado, também critica a transposição do Rio São Francisco. Supostamente a obra levaria água do Velho Chico para outros estados, inclusive para a terra natal de Elba, a Paraiba. Mas Elba está animada e tem argumentos vigorosos, além do apoio da CNBB, da OAB e do MST.


Censurada e perseguida por se declarar contra a transposição, Ramalho é bombástica: cancela a participação no carnaval de sua cidade e ameaça não voltar mais à Paraiba. Xeque-Mate. O assunto finalmente ganha destaque em veículos de amplo alcance, como as revistas semanais de celebridades.

Após muitas dicussões na TV aberta e algumas na TV Senado, as obras são paralizadas em respeito à devoção do bispo engajado e de outras manifestações hereges.

O governo da Paraiba, no entanto, não arrasta-pé e cancela o cachê de Elba Ramalho para o carnaval deste ano.
Segundo alguns moradores de Barra (BA), Dom Flavio Costa está visivelmente mais gordo.
A seca, as obras e o PAC seguem em água morna.
Dizem que mais uma vez Elba terá um trio-elétrico só para ela no carnaval de Salvador.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Memória Ativa 4 - Padim Chico

A Sede - Eco-lógico


Em 2003 - quando paulistas e cariocas achavam que o Brasil inteiro acompanhava a disputa virtual pela vaga de cidade- candidata-a-candidata às Olimpiadas de 2012 - O prefeito do município do Rio de Janeiro Cesar Maia suava a camisa. Em evento promocional da Campanha Rio 2012, cercado por microfones e holofotes, repetia exaustivamente os atributos da Cidade Maravilhosa

“O Rio não tem problema de poluição atmosférica (…) A beleza natural (…) O impacto ecológico que terá o Rio de Janeiro com os investimentos...”
CM - prefeito do Rio de Janeiro

Muitos repórteres engravatados (o evento era no Rio, mas não havia apenas repórteres cariocas) faziam expressões incrédulas, como testas franzidas e leves sorrisos em um lado da face. CM fechou a entrevista em tom de firmeza e convicção

“Nós vamos dar uma demonstração de responsabilidade ambiental. Até porque, como diz o Presidente do Banco Mundial, isso é um ativo.”
CM - prefeito do Rio de Janeiro

Quase que simultâneamente, todos os repórteres, engravatados ou não, fizeram um rápido movimento com a cabeça acompanhado de leves sorrisos de sincera concordância e certa admiração.

Em 2012 a vaga acabou ficando com Londres. Mas a Cidade Maravihosa já aquece os tamborins para a campanha Rio 2016. CM já declarou que, prefeito ou mero cidadão, lutará incessantemente pela vitória. Sempre.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

A Sede – Tempo é Fermento

Serão cerca de 800 milhões de dólares de investimento para o Pan 2007

A previsão de investimento chega a 2 bilhões e 700 milhoes de reais.

3,6 bilhoes de reais. Esse foi o total gasto pelo Governo Federal, Estado e Municipio do Rio de Janeiro, para a realização dos jogos panamericanos de 2007.


“Se nós considerarmos investimento direto do governo federal, nós temos algo em torno de … pouco mais de 50% do orçamento do Pan”.
Orlando Silva (Ministro dos Esportes) em entrevista ao ‘Canal Livre’ (Band) – 15.07.07

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Ouro Verde - Sabor Picanha

22/08/2007
'É um biodiesel de picanha', diz Lula em inauguração

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou bem humorado à fábrica do Grupo Bertin, da qual participou da inauguração. A instalação, aberta oficialmente nesta terça-feira (21), produzirá biodiesel a partir de sebo animal.

Após colocar o combustível em um vasilhame, o presidente brincou e disse "aqui jaz um boi, é um biodiesel de picanha", afirmou antes de cheirar o combustível, que não tem odor algum, pois ele é retirado durante o processo.

O diretor industrial da Bertin Cesar Abreu, explicou que o cheiro do combustível é realmente retirado no processo de sua produção.

O sebo bovino utilizado como matéria-prima na produção do combustível virá dos frigoríficos do Grupo Bertin. A usina também está preparada para produzir biodiesel a partir do etanol de cana-de-açúcar e de oleaginosas, na rota etílica. Os investimentos na usina chegam a R$ 42 milhões, R$ 14 milhões financiados pelo BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

A unidade, construída em uma área de 30 mil metros quadrados foi projetada pela Dedini Indústrias de Base. A usina gerou 200 empregos diretos. O complexo industrial do Grupo em Lins é o maior da região com 11 mil funcionários. O governador do Estado de São Paulo, José Serra, também participaria da cerimônia, mas será representado pelo vice Alberto Goldman porque está com gripe. (Estadão Online)

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Padim Chico - em Caravana

Rio São Francisco - Caravana percorrerá País em debate sobre transposição
Tribuna da Imprensa - RJ
17/08/2007


Uma caravana composta por especialistas e representantes de movimentos sociais percorrerá as principais capitais do Brasil a partir deste domingo, para promover discussões e debates junto às universidades, prefeituras e governos estaduais sobre o polêmico projeto da transposição das águas do Rio São Francisco.

"O objetivo do grupo é alertar que a obra não resolverá os problemas da seca na região semi-árida do País e que ainda trará impactos negativos para a região e para a população", afirmou Apolo Heringer Lisboa, coordenador geral do projeto Manuelzão, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que promove a revitalização da bacia do Rio das Velhas.

O projeto de integração da bacia do São Francisco às bacias do Nordeste Setentrional (PISF), mais conhecido como projeto de transposição, está orçado em R$ 4,5 milhões e consiste na transferência de águas do Velho Chico para pequenos rios e açudes da Região Nordeste que têm volume reduzido no período de estiagem.

"Ilusionismo" As obras tiveram início em junho, no município de Cabrobó (PE), mas foram interrompidas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no último dia 26, que suspendeu a licitação das obras. A medida foi tomada após mandado de segurança de três empresas que perderam a disputa.

De acordo com o governo federal, a obra vai beneficiar 12 milhões de pessoas. Para Lisboa, esse projeto é um "ilusionismo": "É como combater a fome em uma cidade com a construção de supermercados."

Segundo ele, as pessoas que sofrem com a estiagem não receberão essa água. "É impossível distribuir água para uma população difusa. Elas só recebem (água) por meio de uma demanda difusa, ou seja, com chuva ou poços", disse.

Lisboa afirma ainda que a transposição irá apenas alimentar a "indústria da seca". "Existem alternativas mais baratas e que podem ajudar a resolver o problema. Essa obra é de interesse das grandes empreiteiras, dos projetos eleitorais e da elite política nordestina."

A jornada começará em Belo Horizonte e seguirá para o Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo, Natal, Fortaleza, Recife, João Pessoa, Salvador, Aracaju e Maceió. "Vamos apontar as incoerências do projeto do governo federal e mostrar que desta forma o problema social da seca não será solucionado e que não vamos a lugar algum", afirma Lisboa.

A Sede – É Hoje o dia, da alegria.

Nos dias que antecederam a realização dos Jogos Panamericanos, muitos cariocas foram à orla para pular, ou melhor, para fazer passeatas, vestindo fantasias, narizes de palhaço, portando bandeiras multicoloridas e chacoalhando com muito batuque. Foram empolgadas as mobilizações para protestar contra o chamado Estouro do Orçamento.
Mas dada a largada, o assunto perdeu força emocional para a caça às medalhas. E perdeu feio. O Pan bateu muitos recordes. Foi um show de Ouro.

Memória Ativa 3 - A SEDE

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

(i)Mobilidade – Frases de'feito, autores diversos - 1

."Não há saídas, apenas ruas, viadutos e avenidas;"
(de um certo Itamar-poeta que, que eu saiba, não gostava tanto assim de Fusca & se destacava mais pelo topete metafórico-artístico)

.."Soluções privadas, catástrofes públicas"
(anônimo, ao menos que saiba esta socraticamente ignorante bloggequipe)

(i)Mobilidade – Multiplas escolhas - por Andy Singer

terça-feira, 14 de agosto de 2007

(i)mobilidade - Falta espaço para o vício do carro

"Não há mais espaço para automóveis nas grandes capitais. A frota da capital paulista é de 5 milhões de automóveis, mas apenas 3,5 milhões circulam. No horário de pico, são cerca de 700 mil que estão nas ruas. Se todos saíssem ao mesmo tempo, aconteceria um colapso!", estima Nazareno Stanislau Affonso, coordenador do Movimento Nacional Pelo Direito do Transporte Público de Qualidade Para Todos e diretor do instituto Rua Viva, ONG responsável pel a campanha do "Dia Mundial Sem Carro".

Nazareno Stanislau também destacou o problema crônico das mortes no trânsito, que provoca tragédias diárias em todo o País. "No período entre o acidente do avião da Gol e o da TAM, cerca de 400 pessoas morreram em acidentes aéreos. Só no trânsito, no mesmo período, foram 12 mil", alerta Nazareno. "Os cidadãos precisam diminuir seu vício pelo automóvel. Existem outros meios mais saudáveis e melhores para o bem-estar do que o carro", concluiu.

http://www.nossasaopaulo.org.br/informativo/atual/materia01.asp

(i)mobilidade - Poluição X Saúde

Poluição X saúde

- No Instituto do Coração, de cada 100 consultas no pronto-socorro, 12 são atribuídas à poluição do ar. De 5% a 6% das mortes naturais de idosos são aceleradas pela poluição;

- O risco de ter câncer de pulmão morando numa cidade como São Paulo é 10% maior do que em outro local;

- A moto emite 20 vezes mais poluentes do que um carro novo. Enquanto um carro roda em média 30 km por dia, as motos de entrega percorrem até 180 km. Assim, uma moto pode poluir tanto quanto 120 carros.

- Estima-se que os níveis atuais de poluição da cidade de São Paulo promovam uma redução de cerca de um ano e meio de vida em seus moradores;

- A poluição de São Paulo provoca impacto sobre cada habitante equivalente à inalação de cerca de 3 cigarros por dia.

- Os custos dos efeitos crônicos da poluição do ar são substanciais. Na cidade de São Paulo, as estimativas mais conservadoras apontam para valores de US$ 400 milhões por ano.

Fonte: Dr. Paulo Saldiva, patologista da Faculdade de Medicina da USP

Ouro Verde

Apesar do Brasil possuir um dos cenários mais promissores para a indústria canaviera, por ser líder na produção de açúcar e etanol e reunir as melhores condições para a expansão da indústria da cana-de-açúcar, temos que repensar que tipo de desenvolvimento queremos e vamos topar. Apesar da euforia da agroindústria, fala-se pouco sobre o controle necessário à sua estrutura de produção, já que os aspectos principais dessa estrutura se concentram em 3 pontos: concentração fundiária, o uso da força de trabalho e impactos ambientais. Entre outros negócios prejudiciais ao meio como o cultivo de soja e a criação de gado, os empreendimentos sucroalcooleiros são tradicionalmente concentradores de renda em virtude da integração vertical das usinas, que exclui e reduz o número de fornecedores/produtores. A força de trabalho centra-se na ocupação temporária da lavoura e no pagamento dos trabalhadores por produção, sendo que em muitos casos não se cumpre leis trabalhistas, além das condições de trabalho serem muito precárias, daí as inúmeras denúncias de trabalho escravo. Acrescenta-se aí a dimensão complexa dos impactos ambientais que vão desde a contaminação do lençol freático com o despenho de vinhaça no solo, até o desmatamento de reservas legais de mata nativa, passando pela queima da palha da cana e pela monocultura canavieira (fonte: Série Cadernos Técnicos - Transporte e Meio Ambiente da ANTP - Volume 6). Com tudo isso, fica difícil engolir toda essa propaganda do governo e muito menos a vinda do Bush para pactuar acordos nesse sentido. Com a falta de fiscalização e a corrupção enraizada em nossa cultura sabemos no que essa política vai resultar: mais dinheiro nas mãos de poucos e menos verde, água e ar puro para nossa população.

(i)Mobilidade – Modernização dos motores de classe

“..O Culto ao automóvel, também ele, tem bases bem terrestres. Relaciona-se diretamente ao projeto de industrialização que resultou do pacto das elites brasileiras com as grandes multinacionais do automóvel. Se tal projeto foi um grande desastre social e ecológico, foi também, por bom tempo, uma maravilha para os números e estatísticas econômicas. Um dos mais celebrados exemplos da rápida ação modernizadora (ao lado da URSS de Stalin, do Chile de Pinochet, da Cingapura de Lee Kuan Yew etc..). Modernização que tornou possível não só a popularização do carro, mas também da TV, dos supermercados e o surgimento de uma classe operária relativamente mais forte até que a sua contraparte, a patética burguesia brasileira…”

Da introdução (assinada por M.Baderna) ao livro “Apocalipse Motorizado – A Tirania do Automóvel em um planeta poluído” , organizado por Ned Ludd, publicado pela editora Conrad 2004 – coleção Baderna (www.baderna.org)

domingo, 12 de agosto de 2007

(i)Mobilidade - Salve Robô

A redução do IPI dos carros populares e médios foi um pedido das montadoras. O socorro às empresas seria uma forma de evitar demissões.

Com os intermináveis avanços tecnológicos, a cada ano as fábricas se beneficiam de novos e sofisticados robôs-trabalhadores. Muitos setores já funcionam de luzes apagadas. Pois os robôs são inteligentes e não precisam enxergar o que estão fazendo.

O objetivo do acordo fechado hoje é mudar esse cenário que reflete a crise no setor automotivo. Para aumentar as vendas o governo federal abriu mão de mais 3 pontos percentuais no IPI. (Imposto sobre Produtos Industrializados).

A expectativa para esse ano é que o Brasil produza 2 milhões e quinhentos mil veiculos.

(i)Mobilidade - Protegidos estamos

“Segundo os dados do MICT e da Secretaria da Receita Federal, em 1998 foram registrados R$3,9 bilhões de investimentos das montadoras e R$920 milhões de renúncia fiscal sob o amparo do regime automotivo. (…) na União Européia, cuja indústria é cerca de dez vezes maior que a brasileira, os subsídios anuais desde 1989 tem sido, em média, de ECU 770 milhões, que, à taxa de câmbio de março de 1998, correspondem a R$950 milhões aproximadamente. Com a eventual excessão da Indonésia, não há registro contemporâneo de outro país no planeta que conceda 270% de proteção efetiva às montadoras, além de 24% de incentivos fiscais federais para investimentos e de outros benefícios estaduais”

(‘A Proteção à Indústria Automobilística na Europa e no Mercosul’ , José Tavares de Araújo Júnior, Revista de Economia Política, vol.18. nº4, out-dez/1998)

(i)Mobilidade – Nosso jeitinho nacionalista de ser

“…A relação de militares com a indústria automobilística já estava na fase simbiótica antes de 1964. O GEIA (Grupo Executivo da Indústria Autmobilistica) criado em 1956 para planejar a instalação da indústria no Brasil, tinha a participação da Ford, da General Motors, da Mercedes e da Vemag (a única brasileira da turma). Mas a presidência era de um almirante, Lucio Meira.
Vitorioso o golpe militar, vitoriosas também as multinacionais. Elas ganharam liberdade para papar suas pequenas concorentes. A Volkswagem comprou a Vemag, a Alfa Romeu comprou a Fábrica Nacional de Motores e assim por diante. Enquanto isso o governo militar massacrava os sindicatos, impunha o arrocho salarial e construía rodovias. Foi o Milagre Econômico”.

Da introdução (assinada por M.Baderna) ao livro “Apocalipse Motorizado – A Tirania do Automóvel em um planeta poluído” , organizado por Ned Ludd, publicado pela editora Conrad 2004 – coleção Baderna (www.baderna.org)

Memória Ativa 2 - (i)Mobilidade

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Ouro Verde – Energia, tradição e trabalho

Já diziam os mais antigos: “Nesta terra, em se plantando, tudo dá.” Ou alguma coisa assim.

As sementes de Cana vieram das Índias nas primeiras embarcações e foram logo bem tratadas. Incorporada - como quase tudo que experimenta nossa receptividade - a plantinha verde e migratória aqui virou suco, virou açucar e energizou as refeições do Velho Mundo. O pessoal que antes só tinha o aditivo da beterraba passou a pagar os tubos pra ficar ligado na nossa cana. Alguns dos nossos também prosperaram com a energia da terra. Dela também fizemos o álcool, nossa branquinha e o nosso cíclico torpor.
Foi para energizar a chamada civilização moderna - e iniciar nossa tradição de boa nação fornecedora - que resolvemos construir usinas e nos organizar economicamente, gerando trabalho a milhares de africanos que se mudavam para o Brasil.

Mesmo que não seja mais a única e predominante atividade lucrativa destas terras intermináveis, a monocultura do ouro verde segue firme e forte até hoje. Além de abastecer com recursos, influências e negócios, as famílias descendentes de colonos europeus, o cultivo concede o direito de trabalho a uma legião de afro-brasileiros (e de muitos outros prefixos que preenchem o caldeirão de brasileiros).

Apesar do regime de trabalho continuar muito parecido ou igual, hoje a categoria dos cortadores é mais diversificada. Já não são apenas afro-descendentes e sim gente de todos os cantos, cores e crenças. Hoje, o cultivo da cana tem ainda mais a cara do nosso país. A bóia, quando há, continua fria. E já não trabalham em troca de comida, moradia ou dinheiro.
Trabalham em troca de trabalho.

No século XXI, a grande maioria das denúncias sobre as chamadas ‘situações análogas à escravidão’ tem como foco as plantações de ouro verde. Muita gente ainda trabalha igual como nos primeiros anos de “existência” do nosso país. Além dos complexos mecanismos da dependência servil, utilizam-se das mesmas ferramentas tecnológicas de colheita. O bom e velho facão, o tradicional cesto de bagaço e o fogo. Grandes e ostentosas queimadas. Labaredas que emprestam novas cores ao ouro verde. Não sei se é simples imaginar o fogo como uma tecnologia agrícola. Mas o homem gosta tanto do fogo que, hoje e sempre, ele é o mais utilizado instrumento na colheita da cana, a genuína paixão nacional.

Hoje a tecnologia está na multiplicação do potencial agrícola. Experimentamos novos horizontes para a semente que aqui chegou para nos organizar economicamente. Mas apesar de tantas novidades, não há desequilíbrio. Os homens que ainda não foram substituidos pelas máquinas podem viver a tradição agrícola brasileira à flor da pele. Não precisam compactuar com esses valores importados, como direitos humanos, preservação da natureza ou direitos trabalhistas. A Cana é a nossa Cara.

Assista outras faces desta estória clicando no título deste post

domingo, 5 de agosto de 2007

OURO VERDE – Amanhã vai ser outro dia.

- Amanhã seremos os maiores. Ninguém é melhor que nós. Teremos uma importância decisiva no cenário global. Nossa auto-estima é renovável e seremos responsáveis pela energia que vai encantar o mundo. Nossa alegria, nossa face verde e musical conquistará corações, motores e investimentos. E preencherá os ares de todo o planeta. Seremos consumidos e respeitados por todos os povos da Terra. Mais que isso, seremos desejados.

- Amanhã o Brasil vai meter medo e ser o melhor do mundo. Temos uma seleção de craques, não há dúvidas. Ganharemos a Copa, sediaremos a Copa, as Olimpíadas, as Grandes Conferências Internacionais. Acredite, faremos todos sambarem o nosso carnaval.
A maior potência agrícola, musical e futebolística do planeta alimentará o mundo com alternativas, energia e modernidade.
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- Este ainda será o país dono da perfeita combinação. Tradição e modernidade.
Mantendo sua raíz de inovadora esponja cultural, sua tradição escravocrata e sua íntima cordialidade com a natureza, o Brasil ainda terá os olhos voltados para o futuro, para a esperança, para a tecnologia e o desenvolvimento. Acredite, não será lugar de revoluções, será país de paz e muitas evoluções. Um país a gerar lucros e marcar, com collorida relevância, sua passagem pela História da Humanidade.
Pode começar a comprar que ele é nosso.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Reativando a memória coletiva

Pode parecer um contracenso, mas o Memória Ativa nasce para contrapor o “Showrnalismo”**, unindo entretenimento e informação.

“O Brasileiro é um povo sem memória.”
Será esse um axioma verdadeiro? Se dependesse apenas desta humilde série, o dito popular estaria ironicamente condenado a cair no esquecimento. (com o perdão do péssimo trocadilho)

‘Memória Ativa’ é uma série de mini-documentários (2min.) semanais, que reconstrói a trajetória de diversos assuntos sob enfoques distintos. O projeto foi concebido de forma a contemplar com a mesma força e impacto os telespectadores e os internautas, numa experimentação de linguagem que une informação, crítica, humor e sobretudo concisão.

Abraçada com entusiasmo pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação - que além de dispor de uma das mais sólidas tradições em telejornalismo, também tem os olhos voltados às novas linguagens audiovisuais – esta série tem como um de seus principais objetivos, gerar reflexão ao conectar diferentes públicos, plataformas e veículos de exibição.

A cada semana é abordado um novo assunto que entra como um 'drops' em meio à programação do frenético BandNews TV. Além da ‘quebra de linguagem’ que promovem na grade do canal - em quatro inserções diárias (8h, 12h, 18h e 23h - de segunda a domingo) - os mini-docs estão disponibilizados na internet: no youtube, no site da bandnews - http://www.bandnewstv.com.br/coluna.asp?ID=81 - e neste blog que vos fala.

Chegou o momento de lançar nova luz sobre as retrospectivas jornalisticas, viajar no tempo estabelecendo conexões entre o que passou e o que está se passando com a nossa sociedade.

Experimente um novo olhar sobre o 'agenda setting' da mídia tradicional. Assista e reative a sua memória.

** “Showralismo” é o título de um livro de José Arbex Jr.
Juntamente com “Jornalismo e Desinformação” de Leão Serva, esclarece muito bem o mecanismo com que a mídia “cria novidades” e as transformam em obsoletas na rapidez de um click. Os fatos continuam acontecendo e se desdobrando, mas para grande parte da imprensa, são produtos perecíveis, que se forem consumidos devagar (com reflexão) estragam.