sábado, 8 de setembro de 2007

O Espetáculo – Charangas, lemas, independência e mortes

Podemos constatar a existência de torcidas uniformizadas desde o ano de 1943, quando o jornal A Gazeta Esportiva e a Rádio Gazeta promoveram o "Campeonato das Torcidas Uniformizadas".

Estas torcidas parecem surgir da necessidade de oposição às “charangas”, (que levavam bandas - com mais instrumentos de sobro do que de percussão - para tocar marchinhas nos estádios) Na época, considerava-se que as charangas tinham um modo de torcer demasiadamente pacífico. Era uma maneira muito carnavalesca de torcer. Misturava um pouco as coisas. Portanto surgiu a necessidade de torcer com mais virilidade. Para isso foram criadas as 'torcidas uniformizadas', inteiramente subsidiadas e motivadas pelos clubes e autoridades.

Estas torcidas nasceram inspiradas e delineadas pelas fortes motivações de época, alicerçadas e difundidas em palavras como juventude, raça, nação e ordem. Esses eram seus principais lemas. Apenas para lembrar, este período é marcado, no plano internacional, pela Segunda Grande Guerra e o Nazi-Fascismo. No âmbito nacional, pelo estado centralizador getulista. Por sinal, Vargas foi um grande propagador dos esportes a serviço de um ideário de nação - baseado na "Saúde Social".

Só depois, lá pelo começo dos anos 70, é que foram criadas as chamadas 'torcidas organizadas', independentes dos clubes. Foram instituídas para, supostamente, fiscalizar as atividades dos clubes.
Algo parece ter mudado nesse período. Algo parece ter ficado. Como tudo na vida.

**assista a palavra audiovisual dessa história clicando no título desse post

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