sábado, 15 de setembro de 2007

Terminal – Vitrine


O Aeroporto de Congonhas, sempre foi um fiel cartão-postal da cultura paulista.
Inaugurado em 1936 como uma demonstração de que esta viríl sociedade tinha, apesar de derrotada quatro anos antes (na Revolução Constitucionalista de 32) uma arma de soberania muito mais rica, eficiente e, sobretudo, moderna.

Desde então Congonhas vem acumulando grandes reformas, no ímpeto de se tornar ainda mais imponente.

Na década seguinte (anos 40) é rebatizado. Torna-se o "Aeroporto Internacional de Congonhas".
Com grande festa, o “Pavilhão das Autoridades” é inaugurado antes da conclusão do terminal de passageiros.
A cidade de São Paulo cresce sem freios.
Na década de 50, seu charmoso café (com vista para pista) é o ponto de encontro da sociedade paulistana. Com garoa ou sem garoa, o programa é assistir ao desfile de pousos e decolagens de aviões que chegam dos países mais desenvolvidos do mundo.
Na década de 60, a despeito do sucesso e prestígio que tal ponto de encontro agrega aos bairros próximos, alguns moradores começam a prever o aumento do zumbido aéreo e solicitam a construção de um novo aeroporto, em um local ‘mais afastado’ e quiçá bucólico.

Na década de 80 o pedido é atendido. Muitos não gostam, pois consideram que a construção do grandioso rival Cumbica (na então afastada Guarulhos) deixa uma atmosfera vazia e decadente no saguão do outrora elegante símbolo paulistano.

Em 90 o Plano Real dá novo fôlego ao Velho Congonhas. De volta aos painéis internacionais, começa a engordar, inchar e assustar seus vizinhos com trânsito e acidentes aéreos. O Poder Público resolve aumentar as vestimentas de Congonhas e novas obras são iniciadas para torná-lo ainda mais elegante e funcional.

Na década seguinte (os anos 00) as obras não param e o cartão-postal volta a crescer desenfredamente. Demora, mas fica finalmente pronta a grande modernização do estacionamento e do shopping, com lojas de artigos variados. Congonhas se amplia mas mantém a tradição nos ‘detalhes’, como o piso do saguão, quadriculado em preto e branco. Congonhas volta a esbanjar. É um local que mistura o moderno e o arcaico com muito charme. A reforma da antiquada pista de pouso, para a aplicação de novos ‘detalhes' - como área de recuo, tecnologia anti-derrapantes e outros mais - ficou para depois…

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